A Frente Parlamentar pela Cidadania e Direitos LGBT+ da Assembleia Legislativa de Minas Gerais protocolou representação na sede do Ministério Público Federal em Belo Horizonte, nesta terça-feira (04/07), pedindo a responsabilização do pastor mineiro e líder da igreja Batista da Lagoinha, André Valadão, após falas homotransfóbicas e discurso de ódio.
Estiveram na sede do MPF as deputadas Lohanna (PV), Bella Gonçalves (PSOL) e Andreia de Jesus (PT), o deputado Leleco Pimentel (PT), a vereadora de Contagem Moara Saboia (PT) e a assessoria da deputada federal Célia Xakriabá (PSOL). O documento protocolado requer que seja retirado o conteúdo do vídeo de circulação e proibidas novas condutas análogas; apurar as condutas perpetradas e promover a responsabilização do pastor, com a reparação dos danos coletivos causados.
A deputada Lohanna lamentou a postura do líder religioso e o uso do púlpito da Lagoinha Orlando Church para discurso de ódio e pediu que o órgão federal se manifeste. “Nesse momento que a gente está reconstruindo o país, o Ministério Público Federal se posicionar é muito importante. O vídeo está sendo muito compartilhado e as pessoas estão sendo intimidadas, coagidas. E a gente não sabe até que ponto isso vai colocar em risco a integridade física delas”, disse Lohanna.
Durante a pregação nos Estados Unidos, com transmissão pelo YouTube, o pastor mineiro proferiu discurso homofóbico e transfóbico, alegando que “não é possível um crente aplaudir um casamento homoafetivo”, e sugeriu que fiéis matassem pessoas LGBTQIA+. Entre as falas, o pastor disse “Agora é hora de tomar as cordas de volta e dizer ‘não, não, não, não, não, pode parar. Reseta’. Aí Deus fala: ‘Não posso mais. Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, agora está com vocês’”. Em seguida o pastor retoma a frase, se dirigindo aos fiéis: “não entendeu o que eu disse? Agora, tá com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós”.
A deputada Lohanna lembra que desde o início de Junho, o pastor vinha liderando uma campanha contra o Orgulho LGBTQIA+, com discurso de ódio e ataques à comunidade e que ele deve ser responsabilizado pelos atos.