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A quem interessa que a juventude mais pobre não ingresse nas universidades?

Ler que o ENEM 2021 registrou o menor número de inscritos dos últimos 13 anos é estarrecedor, e vai ajudar a perpetuar nossa desigualdade PROFUNDA no acesso à Educação. Por que? Quase 50% dos alunos da rede pública não possuem dispositivos eletrônicos capazes de acessar as aulas remotas em casa, dificultando MUITO os estudos. Além disso, a taxa de inscrição é ridiculamente alta: 85 reais! Considerando que as famílias estão passando aperto para pagar 100 no botijão de gás, quem consegue arcar com uma inscrição nesse preço?

Ainda assim, alegam que há isenção. Pois é… mas a isenção não se aplica a quem faltou ano passado – e MUITOS faltaram, por medo (justo!) de se contaminarem. Enquanto isso, o ministério da Educação assiste tudo, integrando um governo federal que luta até na justiça + para não dar internet aos alunos de escolas públicas. Tudo isso acontece no ano em que, pela primeira vez, o Ministério da Defesa tem orçamento maior que o do Ministério da Educação. As prioridades estão claras e quem paga a conta, pra variar, é a juventude pobre.

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