A força-tarefa composta pelo Ministério Público de Minas Gerais, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber), pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio do Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes, e pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), com o apoio do Gaeco de Pernambuco, deflagrou nesta terça-feira (07/05) em Olinda no Estado de Pernambuco, a terceira fase da operação Di@na.
A ação resultou na prisão preventiva do principal investigado pelas ameaças de estupro e morte praticadas contra as deputadas estaduais Lohanna França (PV), Bella Gonçalves (PSOL) e Beatriz Cerqueira (PT).
De acordo com o Ministério Público na investigação iniciada em agosto de 2023, o MP, a Polícia Civil e a Polícia Militar descobriram que as ameaças foram planejadas e executadas no contexto de fóruns e grupos na internet denominados “chans”, onde seus integrantes realizavam incitação à violência, à pedofilia e à necrofilia, com postagens de imagens de estupros, assassinatos e mutilações e com grande conteúdo de abuso e exploração sexual infantil (“pornografia infantil”).
A deputada Lohanna afirmou que os últimos meses foram difíceis para as deputadas, com os ataques e ameaças. “Já tem 8 meses que essa operação foi deflagrada e a Força Tarefa começou a atuar nas investigações. Foram meses muito difíceis para todas nós, até porque as ameaças não pararam, a gente só parou de divulgar. Meses em que a gente teve a nossa liberdade cerceada, em que as nossas famílias tiveram medo, nossas equipes foram ameaçadas. Mas, finalmente as investigações chegaram ao objetivo e junto ao preso foram apreendidos muito material criminoso, de pedofilia, de violência, de mutilação, material que ninguém deveria compartilhar por aí”, disse.
Lohanna agradeceu o empenho das forças de segurança e disse que continuará trabalhando para que Minas Gerais seja um Estado seguro para todas as mulheres. “Quero agradecer à Força Tarefa, ao Ministério Público, à Polícia Civil e deixar um abraço carinhoso aos policiais militares que nos acompanharam durante esse período e garantiram que a gente tivesse coragem de trabalhar de cabeça erguida e com menos medo. Estamos juntos na construção de um Estado que respeite todas as mulheres e essa prisão é uma resposta importante para quem acha que ameaçar mulher não dá em nada”.
Operação Diana
O nome da operação, Di@na, vem da deusa Diana da mitologia, que é a Deusa da caça e protetora das mulheres e crianças. O @ faz referência aos crimes cibernéticos investigados.
Nas fases anteriores, a força-tarefa, no cumprimento de medidas cautelares determinadas pelo Poder Judiciário de Minas Gerais, arrecadou diversos dispositivos informáticos nas residências de outros investigados.
E, a partir de diligências cibernéticas avançadas e grande trabalho de campo, identificou parte dos usuários integrantes do “chan” ligados às condutas investigadas e o principal líder do grupo criminoso, usuário dos nicknames “Leon” e “Grow”.
Essa pessoa passou a ser o principal investigado como responsável pelos crimes praticados em desfavor das parlamentares mineiras e por coagir adolescentes a se automutilarem e a lhe enviarem fotos nuas.
A ação de hoje foi desencadeada pelas Forças de Segurança do Estado de Minas Gerais, após a identificação de contas de redes sociais utilizadas pelo investigado “Leon/Grow” e identificação de sua localização, com o cumprimento da prisão preventiva e apreensão de computadores, telefones e pen drives com grande quantidade de material ligado ao caso.
O custodiado, por determinação judicial, será transferido para o sistema prisional de Minas Gerais, onde responderá ao processo.